O que “Caçador de Marajás” ensina sobre branding
- Tainan Cruz
- 1 de nov.
- 3 min de leitura
Um olhar de marketeira sobre o documentário que revela como narrativa, posicionamento e até trilha sonora constroem, e destroem, uma marca.
O documentário Caçador de Marajás vai muito além de um registro político. Ele é, na essência, uma aula sobre branding, posicionamento e gestão de imagem. Como estrategista de marcas, assistir à obra me fez observar cada cena sob o olhar do marketing: da escolha do título à trilha sonora, tudo comunica. A trajetória de Fernando Collor, marcada por uma ascensão meteórica e uma queda igualmente rápida, é um exemplo poderoso de como uma narrativa bem construída pode impulsionar, ou arruinar, uma marca.

Branding começa com um posicionamento claro
Desde o início, Collor soube definir sua identidade pública com precisão. Ao se autodenominar “caçador de marajás”, construiu uma promessa simbólica e facilmente reconhecível: o herói que enfrentaria os privilégios. Essa frase se tornou o núcleo do seu posicionamento, reforçando o quanto a clareza é essencial para gerar conexão e autoridade. No universo das marcas, essa é uma das maiores lições: quem não se posiciona com clareza, se perde no ruído. Um bom branding começa com uma promessa forte, um propósito real e uma narrativa coerente com o que se entrega.
Narrativa: o coração de toda marca
O documentário é conduzido como uma história de personagem, com jornada, conflito, auge e queda. Essa estrutura mostra o poder do storytelling na construção de imagem. Marcas fortes também contam histórias: revelam vulnerabilidades, mostram bastidores, compartilham propósito.
Mais do que comunicar serviços, o branding cria emoção e significado. A audiência se conecta com a verdade, não com a perfeição, e é justamente aí que mora a força das marcas autênticas.
Branding é também pertencimento
Ao longo da narrativa, fica evidente como Collor mobilizou um sentimento coletivo de “nós contra eles”. Ele transformou discurso em pertencimento, algo que hoje chamamos de marketing de comunidade. Essa lição vale para qualquer empreendedora ou profissional que deseja se destacar: o verdadeiro branding não está apenas na estética, mas na capacidade de criar vínculos. Uma marca é forte quando desperta identificação e constrói uma comunidade que se vê refletida nela.
A trilha sonora como identidade invisível
Um dos aspectos mais brilhantes de Caçador de Marajás é a trilha sonora. Músicas como Pense em Mim e Caça e Caçador criam uma ambientação emocional, popular e irônica, sustentando o tom dramático da história. No branding, essa trilha pode ser metafórica: é o tom de voz, o ritmo da comunicação e a energia emocional da sua marca. Tudo comunica, até o silêncio. A coerência entre o que se fala, o que se mostra e o que se sente é o que faz uma marca ser lembrada.
Caçador de Marajás é um retrato político, mas também um manual sobre percepção e narrativa. Mostra que toda marca, pessoal ou institucional, é uma história em construção, e que a diferença entre ser lembrada pela promessa ou pela polêmica está na forma como você conduz essa narrativa.Como marketeira, vejo nesse documentário um lembrete poderoso: branding é emoção, coerência e propósito. E cada decisão de comunicação, do slogan à trilha sonora, é parte da sinfonia que constrói a imagem de uma marca.
O documentário está disponível na Globoplay.
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